Pupilo [do latim pupilo] s. m. 1. Órfão menor a cargo de tutor; 2. Educando, colegial, aluno; 3. Fig. Protegido, valido. Assim o define o Novo Aurélio, 1999. Em todos os sentidos, inclusive no figurado, existe sua razão de ser. Pelas mãos de um tutor, um menor (pupilo) pode ser educado, tomando como referência a origem latina da palavra, ‘educere’, isto é, eduzir ou ‘por para fora’ valores que, em sociedade, sempre estarão a objetivar o respeito, direitos e deveres. Por outro lado, um educando, colegial ou aluno, ao contrário da educação, recebe através de um mestre e compêndios, a instrução [do latim instructiones], ato ou efeito de instruir, isto é, valer-se de conhecimentos já existente para o seu aperfeiçoamento; e, por último, em sentido figurado, protegido [part. de proteger, s.m. do latim protegere] dispensar proteção a; ajudar; auxiliar. Se por um lado a educação objetiva o sujeito, a instrução o predicado, a proteção consolida a formação. Aquele que protege age em reconhecimento aos talentos de seu pupilo. Educado, em situações adversas não odeia e nem vinga. Sabem por quê? Porque aprendeu que ‘nada é mais hipócrita que o perdão, e nada é mais violento que a vingança’. O talento, a educação e a instrução fazem dele um homem confiante em si mesmo, autorrealizado, independente da presença desse protetor ou não. Até entendo situações em que o pupilo não teve tutor, não teve ‘mestre’ e arredio aos livros pelo puxa-saquismo se fez protegido. O universo não é contra, nem a favor. Ele existe! Royalties a João Ubaldo Ribeiro.
O que faz do humano um ‘puxa-saco’? A expressão é registrada no dicionário Melhoramentos como s. m. e f. bajulador vil, adulador. A origem desse ato abominável, segundo alguns estudiosos, tem suas origens nos Chipanzés, organizados em uma hierarquia de comando, onde os mais fracos passam quase que todo o tempo disponível paparicando os mais fortes. O ritual consiste em beijar os pés do chefe, levar oferendas sem sentido (para nós humanos) como folhas e gravetos, até entrar na fila para fazer cafuné. “Seja por gene, seja por observação direta, o fato é que a chegada desse comportamento bizarro ao universo dos homens foi só um pulo”. Cientistas sociais costumam rotular a bajulação (puxa-saquismo) “como processo adaptativo para garantir a sobrevivência”. Para os cientistas, “segue os mesmos princípios da era das cavernas, mais tarde repetidos na adoração dos faraós e na adulação dos reis absolutos nos séculos seguintes, até se disseminar hoje como uma praga no mundo corporativo”. Para o ‘puxa-saco’ o desaparecimento do protetor significa o caos. Por isso, sua propensão à ‘patologia do vazio’ transmutada em agressões estúpidas e sem sentido.
Existem pupilos e pupilos. Uns, através da educação chegam ao estágio superior da evolução; outros, falto dela, continuam agir dentro de ‘seus instintos mais primitivos’, royalties a Roberto Jeferson.
Luiz Humberto Carrião
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