Sou da opinião que a raça GIR em termos de potencialidade (mecânica) induzida já mostrou sua capacidade. Agora é tempo de mostrá-la em termos de média de ordenha. Sair do individual para o coletivo. Isto sim, dará a raça a condição de expansão nos currais leiteiros, notadamente, naqueles que se encontram em propriedades abaixo de 50 alqueires goianos (48.000 m2) que respondem por 70% do leite produzido no Brasil. Todavia, que isso seja levado a efeito através de um gado GIR PURO DE ORIGEM. A adjetivação 'padrão', 'dupla aptidão', leiteiro' pouco importa! Que seja um gado PURO DE ORIGEM e não, um gado muita das vezes holandesado que alcançou a categoria PO , porque neste caso, já existe uma realidade que é o mestiço (gir holandês). Aí sim! Poderemos partir para um debate, acima de tudo, real e consciente, e não revestido por uma maquiagem. Também, que essa capacidade de produção de leite seja trazida a efeito com a relação custo/benefício desse leite dentro da realidade de cada propriedade. Realidade essa que irá determinar sobre o custo desse leite. Não podemos dissociar esse custo dessa realidade e do manejo utilizado. Noutro dia, o Bolsanello emitia aqui a opinião da necessidade do VERDE na dieta do animal lactado, onde para ele, a silagem acaba entrando como concentrado. É um dado interessante que precisa ser estudado e resultados apresentados. Esse verde poderia advir de pastagens convencionais, ou, na falta dessa, poderia vir através de capim triturado (específicos) em mistura com a silagem? Esse uso do verde representa o que em % na produtividade láctea? Tudo isso se faz necessário para que possamos alcançar o patamar que desejamos para a raça. Mas antes de tudo, que seja levado a efeito a raça GIR com pureza de origem. Outro detalhe é com relação a qualidade do leite. A literatura nos revela que o leite é composto de sólidos e água. Os sólidos representam em torno de 13% e o restante 87% é água, aliás, uma substância em abundância no Brasil. Há que se empreender uma ação no sentido de que seja reconhecido de maneira real esse sólido por parte das industrias lácteas. O leite precisa ser deixado de ser medido pela quantidade de água, e sim, pelo percentual de sólidos. E não falo isso em termos de Concursos Leiteiros, não! Isso precisa ser valorizado é pelo laticínio. Um leite com maior percentual de sólidos não pode ser pago ao preço daquele com maior quantidade de água. Isso só é interessante para o laticínio no beneficiamento do mesmo na produção de alimentos lácteos sólidos. Neste momento o que assistimos em Goiás, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso em relação ao gado de corte? Entidades representativas da raça Nelore juntamente com os criadores em voz única contra o monopólio de um frigorífico que se mantém às custas de financiamento do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) com juros subsidiados promovendo sua expansão pela região produtora de carne no sentido de impor sobre o preço da arroba. Na pecuária leiteira a gente não vê isso. E ela se faz necessária, afinal, no Brasil as ações políticas só andam através de pressão. Temos que ter sempre em mente esse axioma.
Luiz Humberto Carrião
www.blogdogir.blogspot.com
Ilustração: matriz Gioconda LHC (Luiz Humberto Carrião)
Parabéns Pelo Blog é muito legal ver pessoas divulgando o Girolando e Gir Leiteiro fico muito feliz !
ResponderExcluirGir Leiteiro
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