sexta-feira, 30 de março de 2012

O gir na linha do horizonte onde o Céu se encontra com a Terra

Enquanto a discussão em torno da palavra leiteiro qualificando a função da raça se arrasta no pelas redes sociais o girolando vai "comendo pelas beiradas", como dizem os mineiros. Através de uma postagem no facebook o criador Ramilton Rosa afirma: "Quando comparamos as melhores fêmeas da raça gir com as melhores da girolando, encontraremos uma diferença em aproximadamente 40% em favor da girolando, se consideramos um grupo de 10 indivíduos de cada raça. Se compararmos as 1000 primeiras de cada grupo, a diferença sobe para uns 55%". São dados estatísticos, embora não oficiais como muito bem salienta Ramilton, que precisam ser objeto de profunda e realística reflexão diante da situação da raça gir no Brasil. Observo que uma mudança acentuada ocorreu na produção individual dos animais. As matrizes de rebanhos denominados "padrão" quando lactadas oficialmente no mesmo manejo utilizado nos rebanhos "leiteiros" se igualaram as estas, inclusive nas chamadas "altas lactações". E aí? Aquelas que eram consideradas como o "patinho feio" dentro da raça no quesito funcionalidade desmitificou toda uma realidade sustentada pelo marketing. Na linha do horizonte quando o céu encontrou com a terra ficou tudo igual. Todavia, a obsessão pela palavra leiteiro se fez presente da mesma forma que o quesito beleza e cabeça para os criadores de "padrão". Isso remete-se a uma análise de que os criadores de gir no Brasil não são um grupo, e sim, vários digladiando-se pelo óbvio, enquanto o girolando, composto entre as raças gir e holandesa avança sobre os currais leiteiros. Sua consolidação irá ocorrer no momento em que o produto macho se enquadrar na cadeia produtiva pecuária brasileira para a produção de carne, já que a fêmea como produtora de leite está consolidada. É uma questão de trabalho rumo a esse objetivo. Faço a leitura de que a consolidação do macho girolando na cadeia produtiva dependerá do material genético a ser utilizado no cruzamento com a raça holandesa, no caso o gir. E esse material genético gir PROVADO está muito mais próximo do que possamos imaginar. Quem viver verá! Então, novamente na linha do horizonte o céu se encontrará com a terra... Será então a vez da competência! A hora da verdade na linha de produção, seja ela comercial ou de elite. Como diziam os antigos: a hora da onça beber água. Renato Pires Cardoso ao fazer um questionamento sobre o girolando como raça pura sintética definiu a função da raça gir: "... que mérito tem os criadores de girolando até agora, digo como raça, pois por enquanto o que fizemos foi somente aproveitar o melhor de duas raças puras..." Quanto maior a seletividade dentro do gir e do holandês, melhor será o rebanho da pecuária comercial de duplo propósito no Brasil voltada à quantidade de produção: produtividade! Quantas lactações aguenta uma vaca oriunda desse cruzamento? Qual a disponibilidade comercial desses animais no Brasil? Será que o exterior interessará nesse tipo de animal? O preço de um bom animal desses está condizente com a realidade do preço do leite pago ao produtor? Quantas matrizes gir precisaríamos para atender somente a demanda interna desse mestiço? Será que o rebanho gir existente no Brasil consegue dar suporte à atividade frigorífica? A exclusividade de exploração econômica leiteira da raça gir no Brasil se viabilizará com os dados estatísticos apresentado pelo girolando? A poesia voltou ao gir, só que agora, com muito mais vigor!
Fico com a assertiva do José Manoel Vargas Ribeiro. à qual acresço mais uma palavra: O melhor gir ou girolando, não é aquele que produz mais leite, e sim, aquele que dá mais lucro no bolso do produtor.

Luiz Humberto Carrião           

Nenhum comentário:

Postar um comentário