quinta-feira, 5 de abril de 2012

Cuidado com essa tentativa de legalizar ações terroristas no Brasil através de movimentos sociais ou reivindicatórios



Coisas que só acontecem no Brasil. Imaginem! A comissão de juristas que discute uma proposta para um novo código penal sugere a inclusão no texto do anti-projeto o crime de terrorismo, bem como a revogação da Lei de Segurança Nacional, 1983, que atualmente enquadra crimes relacionados a praticas terroristas. De acordo com a proposta da comissão será enquadrado como terrorismo, "causa de terror na população a partir de condutas como: sequestrar ou manter alguém em cárcere privado; usar, portar ou trazer consigo explosivos; gases tóxicos; venenos; conteúdos biológicos, ou, outros meios capazes de causar danos". Também enquadram como crime de terrorismo, "sabotar o funcionamento ou apoderar-se do controle de comunicação ou transporte, de portos, aeroportos, estações rodoviárias e ferroviárias, hospitais, casas de saúde, escolas, estádios, instalações públicas ou locais onde funcionam serviços públicos essenciais, inclusive instalações militares". Até aí tudo bem, porém, vamos ao absurdo dos absurdos: "a comissão decidiu preservar os movimentos sociais e reivindicatórios, determinando que não haja crime de terrorismo no caso de conduta de pessoas movidas por propósitos sociais e reivindicatórios, desde que os objetivos e meios sejam compatíveis e adequados a sua finalidade". A proposta em formato de antiprojeto deverá ser encaminhada em um texto final ao presidente do senado, José Sarney, até o final do mês de maio de 2012, que dará uma decisão final: gaveta ou transformá-la em projeto de lei. Em sendo transformada em projeto de lei,  aprovado pelas duas câmaras, sancionado pela presidente da república, significa que, movimentos sociais como MST (Movimento dos Sem Terras) e suas dissidências estarão excetuados em suas ações terroristas, como aquela ocorrida na cidade triangulina de Santa Vitória, onde em nome da reivindicação à reforma agrária invadiram o prédio da prefeitura municipal, arriaram a bandeira nacional, em seu lugar hastearam a bandeira do movimento; transformaram lavatórios em mictórios e documentos em papel higiênico. Ou então, nas invasões no Pontal do Paranapanema, estado de São Paulo onde chegaram ao máximo. Não se contentando em abater animais de elite na Fazenda Santa Cecília, passaram a jogar gasolina nos animais e colocar fogo. Existem vídeos com essas imagens. É só procurar os sindicatos rurais da região para essas comprovações. Diante dos recentes escândalos políticos onde ícones do senado, câmara dos deputados, assembleias legislativas, câmaras municipais, dirigentes de partidos políticos, membros do executivo e judiciário, levam a sociedade a uma indignação, assistindo a tudo bestializada, embora consciente de que algo precisa ser feito para passar a limpo o país, há que se ter muita responsabilidade com uma proposta dessas. Mesmo que em forma de sugestão em um antiprojeto. Isto porque, com a pressão externa sobre a realização da copa do mundo, 2014 e olimpíadas em 2016, pode virar lei ordinária.  Não podemos desconhecer que o episódio envolvendo o senador Demóstenes Torres reacendeu  o debate sobre o falso moralismo da direita e a falsa esperança de justiça social da esquerda; não podemos desconhecer que os movimentos sociais e reivindicatórios são identificados como de ideologia de esquerda e que, os que produzem como direitistas exploradores e "sem alma"; e muito menos esquecer da História. Lembram das "teatrais" explosões nas bancas de revistas pelas cidades brasileiras? Da frase presidencial, "Canalhas! joguem essas bombas em mim!" Sobre quem recaia a responsabilidade pelos atos terroristas? E na verdade, quem executava tais atos terroristas? Se não fosse a bomba do Rio Centro, explodida antecipadamente, saberíamos quem, na verdade, eram  os executores desses atos terroristas? Isto tudo, num período de exceção dentro de uma clandestinidade.  O Brasil, ao contrário do que apregoam alguns, não necessita de uma guerra civil para se firmar como nação. Responsabilidade senhores! Muita responsabilidade!O país vive hoje um estado de direito, onde a proposta de legalidade para ações terroristas jamais será aceita.

Luiz Humberto Carrião   

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