sexta-feira, 20 de abril de 2012

CONCURSOS LEITEIROS, uma proposta de avaliação

Muito boa e consistente a proposta de Roberto Ximenes Bolsanello sobre critérios a serem usados em Torneiros Leiteiros. Melhor ainda a disposição do conselheiro José Otávio Lemos em apresentá-la ao Conselho Técnico da ABCZ. Gostaria de propor que houvesse uma ampla discussão no facebook, pelo alcance e facilidade de acesso, mediada pelo José Otávio Lemos (razão óbvia de ser o estafeta da proposta junto à entidade ABCZ) no sentido de fortalecê-la, e mesmo, ampliá-la se necessário. Seria de bom alvitre (no sentido de sugerir) que fosse aberto um grupo específico para essa discussão. Cheguei a discuti-la com o seu autor na madrugada em que foi lançada do facebook, por isso, tomo a liberdade de expor o que entendi, deixando desde já, aberto ao autor, o direito de intervenção nos casos em que meu entendimento não esteja em coerência com o proposto. Nos países desenvolvidos NÃO se paga o leite em litros (quantidade) e SIM em quilos (qualidade) levando em consideração a presença dos sólidos. Estes sim, é que são importantes para a indústria Láctea, não a água. Vacas de 'altíssimas lactações' tem um percentual de sólidos muito baixo, pois estes, acabam se diluindo na água presente no leite, equiparando ao rendimento de uma vaca que produz menos e de forma mais natural. E aí a pergunta: por que não discutir as aferições em Controles e Concursos Leiteiros em QUILOS, tomando como referência os sólidos? Vaca 'A' produziu no controle leiteiro tantos litros, mas com tantos % de sólidos, então, o resultado seria em Kg de sólidos, e não, em kg de leite. Esse tipo de avaliação, inclusive, causaria maior expectativa entre os competidores, uma vez que, nem sempre, a vaca que produzisse maior quantidade de leite seria, necessariamente, a campeã; e sim, a que produzisse mais leite com maior quantidade de sólidos. Exemplo prático para Controle ou Concurso leiteiro: uma vaca produziu no final do concurso 138,85 kg de leite com 11,7% de sólidos; outra, produziu 132,97 com 12,5% de sólidos; e, uma terceira, 135,42 kg de leite com 12,3% de sólidos. O resultado seria 16,24 kg de sólidos, 16,62 kg de sólidos e 16,65 kg de sólidos, respectivamente. A campeã, seria a vaca que tivesse produzido a maior quantidade de sólidos. Neste caso hipotético, a terceira. Porque isso? Para a indústria o que interessa é a qualidade do leite aferida pelo volume dos sólidos, e não pela quantidade de leite aferida pelo volume de água. Seria uma evolução que premiaria vacas que produzissem maior quantidade e qualidade de leite, e não, em absoluto, quantidade. Sabemos que 10 litros de leite lactados através de aditivos, são 'menores' que a mesma quantidade lactada  convencionalmente. Trocando em miúdos: 10 litros de leite de uma lactação 'induzida' terão menos sólidos que os 10 litros de uma lactação 'convencional' (não induzida). Na certificação, atestar que tal animal produziu 840 kg de sólidos em 7000 kg de leite, com 12% de sólidos, em 305 dias. Seria uma revolução nas raças zebuínas de aptidão leiteira em relação as raças europeias criadas no Brasil e a abertura de uma discussão sobre o pagamento do leite ao produtor tomando como referencia a qualidade desse leite.

Luiz Humberto Carrião

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