Muito boa
e consistente a proposta de Roberto Ximenes Bolsanello sobre
critérios a serem usados em Torneiros Leiteiros. Melhor ainda a
disposição do conselheiro José Otávio Lemos em apresentá-la ao
Conselho Técnico da ABCZ. Gostaria de propor que houvesse uma ampla
discussão no facebook, pelo alcance e facilidade de acesso, mediada
pelo José Otávio Lemos (razão óbvia de ser o estafeta da proposta
junto à entidade ABCZ) no sentido de fortalecê-la, e mesmo,
ampliá-la se necessário. Seria de bom alvitre (no sentido de
sugerir) que fosse aberto um grupo específico para essa discussão.
Cheguei a discuti-la com o seu autor na madrugada em que foi lançada
do facebook, por isso, tomo a liberdade de expor o que entendi,
deixando desde já, aberto ao autor, o direito de intervenção nos
casos em que meu entendimento não esteja em coerência com o proposto. Nos países
desenvolvidos NÃO se paga o leite em litros (quantidade) e SIM em
quilos (qualidade) levando em consideração a presença dos sólidos. Estes sim, é que são importantes para a indústria
Láctea, não a água. Vacas de 'altíssimas lactações' tem um
percentual de sólidos muito baixo, pois estes, acabam se diluindo
na água presente no leite, equiparando ao rendimento de uma vaca
que produz menos e de forma mais natural. E aí a pergunta: por que
não discutir as aferições em Controles e Concursos Leiteiros em
QUILOS, tomando como referência os sólidos? Vaca 'A' produziu no
controle leiteiro tantos litros, mas com tantos % de sólidos,
então, o resultado seria em Kg de sólidos, e não, em kg de leite.
Esse tipo de avaliação, inclusive, causaria maior expectativa
entre os competidores, uma vez que, nem sempre, a vaca que
produzisse maior quantidade de leite seria, necessariamente, a
campeã; e sim, a que produzisse mais leite com maior quantidade de
sólidos. Exemplo prático para Controle ou Concurso leiteiro: uma
vaca produziu no final do concurso 138,85 kg de leite com 11,7% de
sólidos; outra, produziu 132,97 com 12,5% de sólidos; e, uma
terceira, 135,42 kg de leite com 12,3% de sólidos. O resultado
seria 16,24 kg de sólidos, 16,62 kg de sólidos e 16,65 kg de
sólidos, respectivamente. A campeã, seria a vaca que tivesse
produzido a maior quantidade de sólidos. Neste caso hipotético, a
terceira. Porque isso? Para a indústria o que interessa é a
qualidade do leite aferida pelo volume dos sólidos, e não pela
quantidade de leite aferida pelo volume de água. Seria uma
evolução que premiaria vacas que produzissem maior quantidade e
qualidade de leite, e não, em absoluto, quantidade. Sabemos que
10 litros de leite lactados através de aditivos, são 'menores' que a mesma quantidade lactada convencionalmente. Trocando em miúdos: 10 litros de
leite de uma lactação 'induzida' terão menos sólidos que os 10
litros de uma lactação 'convencional' (não induzida). Na
certificação, atestar que tal animal produziu 840 kg de sólidos
em 7000 kg de leite, com 12% de sólidos, em 305 dias. Seria uma
revolução nas raças zebuínas de aptidão leiteira em relação
as raças europeias criadas no Brasil e a abertura de uma discussão
sobre o pagamento do leite ao produtor tomando como referencia a qualidade desse leite.
Luiz Humberto Carrião
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